GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será recebido pela papa Bento 16 no Vaticano na próxima semana durante viagem à Itália. Segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, Lula terá um encontro reservado com o sumo pontífice no dia 13 de novembro antes de seguir para Washington (EUA), onde participa da cúpula econômica do G-20 (que reúne as maiores economias do mundo).
Na reunião reservada com o papa, Lula deve assinar um tratado com o Vaticano sobre a atuação da Igreja Católica no Brasil --que reúne o maior número de católicos do mundo. O porta-voz disse que, apesar do encontro ser "rápido", Lula vai discutir com o papa assuntos comuns aos dois países --como o combate à fome e a solidariedade mundial.
Segundo Baumbach, o Brasil e o Vaticano negociam há alguns anos a redação de um documento sobre a relação entre os dois países. O porta-voz disse, porém, que o acordo com a Igreja Católica não prejudica a liberdade religiosa prevista pela Constituição brasileira.
"O importante é que o acordo preserve o preceito constitucional de liberdade religiosa. Não será discutido credo, mas os direitos e deveres da entidade religiosa", afirmou. O porta-voz disse que o Brasil vai "dar um tratamento equânime a todos os credos, mas respeitando o papel que a Santa Sé tem como sujeito internacional".
Em maio do ano passado, Bento 16 esteve no Brasil e se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, em São Paulo.
Negociações
Na Itália, Lula também vai encontrar-se com o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi e autoridades do país --como o prefeito de Roma, Gianni Alemanno. Segundo o porta-voz, Lula também vai se reunir com empresários italianos para discutir o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
De Roma, Lula segue para Washington onde vai acompanhar a reunião do G-20 que vai discutir a crise econômica internacional.