Parecia até uma convenção religiosa: na mesa do restaurante que ainda serve com cardápio e no qual, ao contrário do que acontece no chamado quilo, não é preciso ter pressa para comer a conversa era sobre religião: um defendia o catolicismo, outro o judaísmo, um terceiro enaltecia o espiritismo, outro as igrejas evangélicas e mais um garantindo em voz alta e tom inflamado que a macumba é que era a melhor.
Ouvi curioso e atentamente por alguns minutos e concluí: essa discussão não terá fim. Afinal, cada um credita no que quer e reza para o santo que mais lhe convier, mas no fundo até os que dizem não acreditar em nada acabam rezando, ou melhor, pedindo para o mesmo Deus. O Deus único. De todos e de todas as religiões.
Mais uma vez eu constatava a velha tese de que discussões sobre política, futebol e religião nunca as levam a qualquer conclusão e muito menos a mudar aquilo em que acreditamos. Fora do restaurante e caminhando pela calçada, não tranqüilamente que caminhar com tranqüilidade nos violentos dias de agora é tarefa quase impossível lembrei da noite em que me levaram a um famoso pai-de-santo para uma "consulta".
Aceitei movido pela curiosidade jornalística e, é claro, pela esperança de me livrar das sequelas de um AVC (o popular derrame) que tive aos 26 anos. Não estava muito confiante, mas lá fui eu: o mínimo que poderia acontecer era perder a viagem e ganhar, de uma forma ou de outra, uma nova experiência humana e jornalística.
Na casa e terreiro do famoso pai-de-santo ainda tive de esperar um bom tempo (havia muita gente aguardando, digamos, uma "consulta"). Chegou, enfim, a minha e fui chamado para entrar em um quarto repleto de imagens, flechas, arcos, tecidos coloridos e todo tipo de objetos estranhos. Minha primeira impressão foi a de que estava entrando na famosa Casa Turuna, especializada em fantasias e em todo tipo de estranhos apetrechos.
Atrás de uma antiga mesa de escritório lá estava, também fantasiado de branco (com turbante e tudo) da cabeça aos pés, o famoso pai-de-santo. Levantou a cabeça (parecia olhar para uma cestinha cheia de búzios) olhou-me fixamente e mandou que me sentasse à sua frente. Olhou-me outra vez, jogou os búzios, ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse lendo alguma coisa e disparou certeiro: "Não vejo você com nenhum problema físico". Mesmo assustado não consegui ficar calado e respondi no ato: "Não viu porque é cego. Entrei puxando a perna".
Ele voltou a me olhar e dessa vez assustado. Não disse mais uma única palavra. Nem deu tempo: levantei e saí puxando a perna exatamente como tinha entrado. Certo de que a única coisa que tinha "baixado" ali e em mim naquele momento era o espírito de porco que não me deixou calar e pelo menos fingir que acreditava naquilo.
Nada disso me impediu e impede de respeitar qualquer pessoa que acredite nisso ou aquilo e, portanto, tenha a crença que mais lhe agradar e convier. Mas me permito continuar acreditando que por mais democráticas que sejam, discussões sobre religião nunca chegam a lugar nenhum.
* Mesmo falando em nome de Deus
Bons de caixa
A modelo Gisele Budchen é alta, magra, bonita e sensual; o jogador Ronaldo Nazário é alto, gordinho, nem tão bonito e nada sensual, mas o dois tem algo em comum além do fato de serem brasileiros: as fortunas. Fontes bem informadas garantem que Gisele e Ronaldo têm cada um uma fortuna calculada em U$ 250 milhões, dinheiro muito bem aplicado e que lhes permite parar de trabalhar quando bem entenderem. Gisele ainda não pensa nisso, mas Ronaldo não descarta a possibilidade de abandonar o futebol como jogador porque acredita que dificilmente ficará inteiramente recuperado da última cirurgia no joelho.
* Merece mesmo descansar. Já fez muito pelo futebol
Tudo bem
O brasileiro tem muito do que reclamar, mas parece que mesmo assim está tudo bem. Pelo menos é o que indica recente pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Depois de ouvir 40 mil pessoas em 24 países da América Latina o estudo concluiu que o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking de satisfação com a vida. Parece que o brasileiro está reclamando menos.
* Cansou de não ser ouvido
Satisfação química
A satisfação do brasileiro pode ser mérito da ciência: o Brasil está consumindo, principalmente depois da crise financeira, cada vez mais calmantes e antidepressivos. As vendas dos antidepressivos cresceram 40% nos últimos quatro anos e prometem aumentar: estima-se que em 2008 chegaremos ao recorde de 26 milhões de unidades vendidas, o que representa dois milhões a mais nas vendas do ano passado.
* Quando a crise se agravar haverá filas nas farmácias
Mundo gira
A produção e os bens de 180 milhões de brasileiros podem valer menos do que a fortuna de 1.125 bilionários espalhados pelo mundo? Pode sim e é o que mostram recentes dados do Instituto para Estudo da Política. Os dados revelam que a renda de 1.125 bilionários do mundo é estimada em 4,4 trilhões de dólares, o que supera a renda somada da metade da população adulta do planeta.
* Êta mundinho injusto: uns com tanto e outros com tão pouco
Hora de negociar
Não é só o faturamento do SBT que anda fazendo Silvio Santos usar mais tinta para esconder os cabelos cada vez mais brancos: o empresário-apresentador também está preocupadíssimo com a situação do Banco Pan-americano que, como todos os outros, está sofrendo com a crise financeira mundial. Por conta disso já há quem garanta que Silvio Santos não descarta a possibilidade de vender o banco.
* Resta saber se alguém quer comprar
Alma do negócio
Não é e hoje que se diz que a propaganda é e alma do negócio. Parece que o ex-policial e ex-marido de Suzana Vieira acredita nisso e decidiu aceitar proposta de posar no para a revista G Magazine. Marcelo diz que para fazer esse, digamos, anúncio de seus atributos físicos, receberá cachê de 400 mil reais, quantia que a revista nunca pagou a ninguém.
* E pelo visto não pagará
Salário garantido
Clodovil não abandonou o sonho de voltar a apresentar um programa na televisão (deve ser por isso que não está fazendo muito, na verdade, quase nada) como deputado, mas enquanto isso não volta para a televisão quer garantir-se na política: tudo leva a crer que tentará a reeleição em 2010 e está tão confiante que decidiu mudar-se definitivamente para Brasília, mas não sem antes reformar o apartamento ao qual tem direito. O imóvel será totalmente modernizado e, entre outras coisas, pintado em tons de rosa.
* Só falta o verde para ser homenagem à Mangueira
Rei nacional
Finalmente o Brasil poderá aplaudir no teatro um dos mais famosos musicais montados nos Estados Unidos: o empresário Jorge Takla adquiriu os direitos de "O rei e eu", que pretende estrear em 2010, o que significa dizer que terá muito tempo para ensaiar. "O rei e eu" ganhou fama mundial através do cinema com uma premiada (cinco Oscars em 1957) versão estrelada por Yul Brinner e Deborah Kerr. Os produtores da versão brasileira acreditam que o espetáculo poderá ficar em cartaz por muito tempo.
* Vai depender do preço do ingresso
Boca fechada
A cantora Marina Lima está aprendendo a prática que às vezes e melhor ficar de boca fechada. Desde que declarou para uma revista que foi com a também cantora Gal Costa que teve sua primeira experiência lésbica, passou a ser olhada com mais cuidado, perdeu a amizade de Gal que também a está processando porque acredita que a inconveniente revelação-declaração pode afetar a adoção definitiva do filho que cria faz um bom tempo. Marina apenas aguarda até porque desmentir não adiantará mais nada.
* Falou tá falado
Obama é nosso
O Brasil, que já é o país dos Washingtons e Wellingtons, corre o sério risco de virar também o país dos Baraks e dos Obamas da Silva. Ainda não existem números oficiais, mas já se sabe que nos últimos meses aumentaram muito, em todo o Brasil, os registros de recém nascidos com os nomes Barak ou Obama ou os dois juntos.
* Se bobear Barak Obama vira já já enredo de escola de samba
Sem patrocínio
Era de se esperar: a crise financeira está aplicando um drible daqueles de deixar o adversário o adversário sentado no chão no futebol, pelo menos o que diz respeito aos patrocínios que são hoje uma das garantias dos grandes clubes. No Rio muitos perderão essa força extra, a exemplo do que já acontece em São Paulo: o Coritnhians, mesmo voltando para a primeira divisão, pode ficar sem o patrocínio da Medial, o São Paulo sem o da LG e o Palmeiras sem o da Fiat.
* A solução é passar a jogar futebol para animar realmente a torcida e encher os estádios